segunda-feira, 26 de junho de 2017

Arrancar máscaras, abandonar papéis.

Todo ser humano caminha entre a verdade e a hipocrisia, entre a loucura e a sanidade. Pela manhã, vestimos a máscara do ser humano normal, fingimos que tudo está bem, que somos perfeitos, que somos modelos exemplares de pais ou mães de família, de esposos (as), de filhos (as), de profissionais... Ao findar o dia, quando voltamos para nossas casas, para o mais interior de nós, ficamos face a face com a verdade e, por mais que queiramos, não é possível fugir de nossas fragilidades. 
Na sociedade, assumimos vários papéis; algumas vezes, até fingimos ser o que não somos, aparentamos ser fortes enquanto, na verdade, somos extremamente fracos. E somos. Muitas vezes, olhamos para nossos semelhantes e apontamos os seus defeitos, rimos de suas loucuras e nos esquecemos das nossas. Sorrimos quando, na verdade, choramos por dentro; fingimos amar, quando, na verdade, o ódio impera no mais profundo de nós. Encenamos a normalidade, enquanto caminhamos em uma corda bamba entre a sanidade e a loucura. 
A mentira nos protege do monstro que há no outro (do monstro que há em nós) e para que não sejamos julgados ou massacrados, colocamos as máscaras. Vivemos mentiras e verdades. Então, por que julgamos? É preciso arrancar máscaras, abandonar papéis, aceitar nossas próprias fragilidades e as dos outros. É necessário assumir nossas fraquezas para superá-las. Somos frágeis, doentes, imperfeitos, loucos e a maior de todas as nossas armas é o julgamento. É preciso compreensão e solidariedade, saber colocar-se no lugar do (a) outro (a) e compreender a nós mesmos, para não nos tornarmos, cada vez mais, reprimidos e doentes.

Autor:Gabriel Mauro da Silva Rosa.

©



Nenhum comentário:

Postar um comentário