segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Por que Edith Stein me atrai tanto: um relato sobre a minha experiência com Edith Stein.





Há muito tempo, na adolescência, eu passei a admirar a vida dos santos.  Ao ler “História de uma alma”, passei a amar a singeleza de Santa Teresinha. Sua doutrina espiritual me encantava (e ainda encanta). Nessa época, eu ainda não conhecia Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein). Tudo começou quando, por obra providencial, folheando um livro de história da filosofia, chamou-me a atenção a imagem de uma freira: “Como é possível que uma monja possa ser uma filósofa?” eu pensei. Não foi um preconceito de minha parte, foi mais uma curiosidade, pois, até aquele momento, eu nunca havia visto uma filósofa que tivesse sido uma monja.
Neste período, eu já estava no último ano do curso de filosofia e deveria escolher um filósofo e um tema para a monografia.  Passei a ler sobre Edith Stein. Comecei por uma biografia de E. Miribel e terminei lendo “A Estrutura da Pessoa Humana”, uma obra um pouco complexa para quem não tem um contato com a fenomenologia e algumas concepções da filosofia de São Tomás. Do Aquinate eu conhecia pouco; de fenomenologia, praticamente, nada.  Um amigo me motivou a não desistir, ajudando-me na construção do trabalho (tema, tópicos etc). Aos poucos, conheci alguns estudiosos e religiosos que me ajudaram a reunir várias fontes para o trabalho, pois na época, (em 2010), ainda havia pouca coisa publicada sobre Edith Stein. Menciono, de modo muito especial, a Ir. Jacinta Turolo Garcia. Comunicavamo-nos por e-mail: com paciência, ela sanava as minhas dúvidas e enviava materiais inéditos. Também devo gratidão às irmãs Carmelitas, de Patos de Minas, MG.
Com muita leitura e persistência, terminei o trabalho conseguindo uma nota muito satisfatória. Comecei a minha devoção à Santa Teresinha e, depois, encontrei Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz). Por quê? Acredito que, além de ter sido uma obra da graça (a providência), tudo se deve a questões de maturidade psicológica e espiritual. No final do curso de filosofia, vivi uma grande crise, não só existencial, mas também em relação à fé. Até hoje algumas pessoas me questionam: “Mas você, que fez a sua monografia tendo como base uma filósofa santa, como deixou de rezar?” Mesmo longe da fé, nunca deixei de ler os escritos espirituais e filosóficos de Edith Stein, (como ainda hoje leio), pois me encantava o seu rigor e a sua autenticidade. E continua me encantando e me surpreendendo!
Vivi um período muito difícil, mas acompanhado por Santa Teresa Benedita da Cruz. E quem melhor do que ela? Hoje recuperei um pouco da minha fé de criança, aquela fé que Santa Teresinha nos ensina a ter, contudo, mais madura e racional. Edith me atrai, não só por seu rigor em tratar de questões que envolvem o ser humano, mas, principalmente, por sua busca pela verdade, busca que todo ser humano empreende ao longo de sua existência.

Gabriel Mauro da Silva Rosa

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